Em Porto Alegre, protestos exigem retirada de projetos contra servidores

Centenas de servidores municipais se reuniram em frente à Prefeitura, no Centro de Porto Alegre, no início da noite desta quarta-feira (16) para exigir que o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) retire o pacote de projetos que enviou recentemente para análise da Câmara de Vereadores. Segundo os municipários, os projetos representam uma ameaça aos direitos dos funcionários públicos e prejuízos para os cidadãos.

Munidos de cartazes – muitos deles bem-humorados – e máscaras do prefeito com nariz de Pinóquio, os manifestantes organizaram um flash mob ao som do hit “Marchezito”, uma paródia da música “Despacito” com críticas à gestão de Marchezan. Eles também distribuíram material informativo explicando por que são contrários às propostas e fizeram discursos em cima de um carro de som.

De acordo com Alberto Terres, diretor-geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), a possibilidade de greve dos servidores municipais está mantida. Ele explica que a categoria adotou o “estado de greve”, o que significa o início da organização para uma paralisação mais longa, caso o governo municipal não volte atrás e retire os projetos da Câmara.

No legislativo, a oposição aposta na criação de uma comissão para barrar as propostas de Marchezan. “Vamos aprofundar o impacto dos projetos porque eles não atingem só os funcionários públicos, mas também a população de Porto Alegre”, avaliou a vereadora Sofia Cavedon (PT), que participou da manifestação.

Entre os projetos alvo das críticas dos servidores está o que abre caminho para a privatização do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Também estão na lista as propostas que alteram as datas de pagamentos de salários, aposentadorias e do décimo terceiro dos servidores e a extinção dos adicionais por tempo de serviço, alterando o Estatuto dos Servidores Públicos Municipais.

O ato contou com manifestações de dirigentes do Simpa, representantes de entidades sindicais, vereadores e deputados. No momento cultural, a Companhia Pesada do Improviso cantou a paródia de “Despacito” e fez todos os presentes dançarem em um flash mob. No encerramento, um abraço à Prefeitura para marcar a disposição da categoria.

O Simpa lembra que a luta também é pela reposição da inflação, pela recuperação das perdas dos anos anteriores de parcelamento da inflação, contra o parcelamento dos salários, contra o assédio moral e as perseguições.

Desde o início da campanha salarial, a unidade da categoria está sendo construída na resistência aos ataques de Marchezan, nos locais de trabalho e nas atividades chamadas pela direção do Sindicato. A força da luta foi demonstrada na última assembleia geral, quando, em plena noite fria de sexta-feira, um plenário com a presença de cerca de 2 mil servidores, deliberou pela intensificação da luta e preparação da greve.

A agenda de mobilizações aprovada na assembleia geral inclui ainda abraços simbólicos nesta quinta-feira (17) ao prédio do Dmae, às 12h, e ao Mercado Público, às 18h, ambos ameaçados de serem entregues à iniciativa privada.

A próxima assembleia será realizada na terça-feira (22), às 18h, na Casa do Gaúcho.