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22/05/2025
Aconteceu no dia 22 de maio de 2025, das 19h às 21h o 4º Encontro Virtual da COP30 promovido pela CUT sob o Tema: Segurança Alimentar e Nutricional e a Transição Agroecológica. O Encontro foi organizado pelaEscola de Turismo e Hotelaria Canto da Ilha – ETHCI / CUT e teve mais de 100 participantes, dentre sindicalistas de todo o país, convidados e educandos/as do curso qualificação profissional de Gastronomia e Identidade Cultural da Escola.
O debate apresentado abordou a relação complexa entre segurança alimentar, agricultura familiar, emergência climática e políticas públicas no Brasil. Neila e Marcos, representantes do movimento de segurança alimentar e do movimento sindical ligado ao campo, explicam como o atual modelo agrícola baseado no agronegócio impacta negativamente o meio ambiente, a saúde e a produção alimentar para a maioria da população brasileira. Eles defenderam a necessidade urgente da transição para a agroecologia, que alia produção sustentável e justiça social, enfatizando que o agronegócio produz principalmente commodities para exportação e agrava a crise climática, a contaminação por agrotóxicos e o êxodo rural.
A “sindemia global” – termo que relaciona fome, obesidade, doenças e mudanças climáticas – é destacada como um fenômeno que exige integração de políticas públicas consistentes, permanentes e estruturantes, com foco na agroecologia, no fortalecimento da agricultura familiar e na garantia dos direitos humanos. Foi ressaltada a importância do movimento sindical de amplificar a pauta da segurança alimentar, da saúde e das transições justas, incentivando a participação das comunidades vulneráveis e superando a fragmentação dos movimentos sociais.
Na perspectiva das discussões globais, como na COP30, a mobilização da sociedade civil é vista como fundamental para pressionar governantes a adotarem medidas efetivas diante das mudanças climáticas e da insegurança alimentar, especialmente para populações tradicionais e vulneráveis. A falta de estoques reguladores de alimentos no Brasil e o subsídio desigual ao agronegócio são apontados como entraves críticos que precisam ser enfrentados.
Esse debate revela que a segurança alimentar no Brasil não pode ser dissociada da emergência climática, das condições socioeconômicas, das políticas públicas e dos modelos de produção agrícola. A transição agroecológica apresenta-se como alternativa viável, mas depende de vontade política e da articulação social para substituir um modelo de agronegócio que se sustenta sobre a destruição ambiental e a exclusão social. A sindemia global amplia a compreensão dessa crise multifacetada, exigindo respostas integradas de saúde, meio ambiente e alimentação. Por fim, o fortalecimento coletivo dos movimentos sociais e sindicais será decisivo para impulsionar políticas de Estado capazes de garantir o direito humano fundamental à alimentação adequada, de forma sustentável e justa.
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